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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Cientistas confirmam que buraco na camada de ozônio está contido

Um relatório divulgado esta semana pela ONU e chancelado por mais de 300 cientistas de todo o mundo confirma que a expansão do buraco na camada de ozônio está contida. A afirmação está baseada em quase uma década de estudos, que já vinham apontando para uma estabilização gradual da expansão da falha.





Apesar da excelente notícia, é importante notar que os danos na camada de ozônio ainda persistem e uma recuperação significativa dessa parte da atmosfera só será observada após 2020.
A contenção do buraco na camada de ozônio é consequência do esforço internacional iniciado em setembro de 1987, após a assinatura do Protocolo de Montreal. No tratado, os 150 países representados se comprometeram a retirar gradualmente dos processos industriais,15 tipos de gases apontados como fontes destruidoras ozônio (O3).
O relatório mostrou que os gases foram substituídos com sucesso, mas os novos produtos que passaram a ser usados poderão ter forte impacto no fenômeno do aquecimento global caso não sejam controlados. Entre esses produtos estão HFC e o HCFC-22, que nos últimos seis anos cresceram mais de 50% na composição da atmosfera. Outro produto citado é o HFC-23, que de acordo com o relatório seria 14 mil vezes mais danoso ao clima que o CO2.
Apesar dos possíveis efeitos colaterais, a diminuição dos gases nocivos trouxe importantes benefícios e se não tivessem sido contidos, as emissões atuais seriam 30% maiores. De acordo com o levantamento, nos últimos 10 anos mais de 130 milhões de casos de catarata foram evitados, além de outros 20 milhões de casos de câncer de pele.

Unidades Dobson
A camada de ozônio é medida através de Unidades Dobson (DU) e é calculada medindo-se a área e a profundidade da camada em determinada região. Um buraco é definido quando os níveis na região avaliada situam-se abaixo de 220 unidades Dobson. A unidade descreve a espessura da camada de ozônio contida em uma coluna diretamente acima de um ponto qualquer, a 0ºC e sob a pressão de uma atmosfera. Um valor de 300 Unidades Dobson equivale a uma camada de ozônio de 3 milímetros de espessura.

Buraco na Camada
O buraco na camada de ozônio é um fenômeno que ocorre na região da Antártida somente entre agosto e início de novembro durante a primavera no hemisfério sul e apesar do nome, não se trata propriamente de um "buraco" e sim a de um afinamento da espessura (rarefação) da ozonosfera, localizada entre 16 e 30 quilômetros de altitude. Essa camada apresenta cerca de 20 km de espessura e contém aproximadamente 90% de todo do ozônio que existe na atmosfera.
Em meados de novembro e dezembro, em função do aumento gradual da temperatura, o ar circundante à região onde se encontra o buraco inicia um movimento em direção ao centro. Esse ar trás consigo o ozônio para a alta atmosfera na região do buraco, que tem seus níveis de gás normalizados até a chegada da próxima primavera.

Causas
A ozonosfera é uma camada que age como um filtro solar, impedindo que níveis elevados de raios ultravioleta atinjam a Terra. A diminuição ou aumento da espessura dessa camada é um fenômeno natural e ocorre devido às variações normais da temperatura e das dinâmicas atmosféricas, mas é tremendamente amplificada pelas atividades humanas.
O buraco na camada de ozônio foi reconhecido pela primeira vez em 1985 e durante a última década, em escala global a camada perdeu 0.3% de sua espessura a cada ano, aumentando significativamente os riscos de câncer de pele, cataratas e causando danos à vida marinha.
A diminuição da camada é causada pela presença de elementos que destroem o ozônio, como a clorina e o brometo de metilo, e principalmente pelos gases originados de produtos criados pelo homem, como os clorofluorcarbonos ou CFCs. Conhecido como gás freon, o CFC é usado em grande escala na produção de aerossóis, refrigeradores e produtos de limpeza. Apesar de ainda estar presente na atmosfera, sua concentração vem diminuindo graças ao Protocolo de Montreal, assinado em setembro de 1987. Nele, os países signatários se comprometem a substituir as substâncias que reconhecidamente causam danos à camada.

Arte: Evolução do buraco na camada de ozônio ao longo tempo. O primeiro globo, no topo à esquerda, mostra a situação da capa em setembro de 1981. A camada aparece delgada, apresentando os primeiros sinais do buraco. Nos globos seguintes vemos as capas muito maiores, próximos a 100 unidades Dobson. Os cientistas constataram que na última década a área média do buraco permaneceu estabilizada. Crédito. Nasa/GSFC/Apolo11.com.



 

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